noema

gr. : pensar, pensamento

Filebo

Philebus ou Filebo

Sobre o prazer e o bem. Filebo vive uma vida de extremo hedonismo, desprovida de razão e pensar, que não sustenta qualquer conversa sobre ela e não se submete à reflexão. Tanto que no meio do diálogo Filebo se cala.

Os princípios da ética (como viver melhor) se conectam com princípios de metafísica e lógica exercendo demandas lógicas sob um apelo ético.

Teeteto

Sobre o conhecimento científico. Contra o heraclitismo epistemológico.

Segundo Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri, tradutores do diálogo para a Fundação Calouste (Lisboa, 2010) é a seguinte sua estrutura e argumento.

A estrutura do diálogo parece comparativamente simples. Após uma dupla introdução dramática, a segunda das quais gradualmente vai assumindo uma função metodológica, Sócrates lança a pergunta - "O que é o saber?" que comandará todo o diálogo.

Sof 263d-264b: O Não-ser no juízo e na imaginação

Estrangeiro – Mas como! Pensamento, opinião e imaginação: não é evidente, de início, que todos esses gêneros ocorrem em nossa alma como verdadeiros e como falsos?

Teeteto – De que jeito?

Estrangeiro – É o que perceberás facilmente, logo que determinares o que todos eles são e em uns que diferem uns dos outros.

Teeteto – Basta que te expliques melhor.

Estrangeiro – Ora bem, pensamento e discurso são uma e a mesma coisa, com diferença de que o diálogo interior da alma consigo mesma que se processa em silêncio recebeu o nome de pensamento.

Sof 248e- 249d: Movimento, vida, pensamento, propriedades do Ser

Estrangeiro – Mas, por Zeus! Como poderá ser tal coisa? Teremos de admitir, assim à ligeira, que de fato o movimento, a vida, a alma, o pensamento não participam verdadeiramente do ser absoluto, e que este nem vive nem pensa, mas, venerável, sagrado e privado de inteligência, permanece imóvel?

Teeteto – Fora uma concessão um tanto dura, hóspede.

Estrangeiro – Então, afirmaremos que é dotado de inteligência mas que não tem vida?

Teeteto – Como fora possível?

Estrangeiro – Ou diremos que é dotado desses dois atributos, porém não os possui na alma?

Fédon 78b-84b — Objetos dos sentidos e objetos do pensamento

Agora o de que precisamos, falou Sócrates, é perguntar a nós mesmo mais ou menos o seguinte: Com que coisas é natural semelhante processo de dispersão, com quais devemos ter medo de que isso aconteça, e com quais não devemos? De seguida, teremos de examinar a qual das classes pertence a alma, para daí concluirmos se precisamos alegrar-nos ou temer do que venha a acontecer com a nossa.

É muito certo, disse.

Fédon 68b-69e — A verdadeira virtude

Por consequência, continuou, ao vires um homem revoltar-se no instante de morrer, não será isso prova suficiente de que não trata de um amante da sabedoria, porém amante do corpo? Um indivíduo nessas condições, também será, possivelmente, amante do dinheiro ou da fama, se não o for de ambos ao mesmo tempo.

É exatamente como dizes, respondeu.

E a virtude denominada coragem, Símias, prosseguiu, não assenta maravilhosamente bem nos indivíduos com essa disposição?

Sem dúvida, respondeu.

Fédon 65a-68b — Obstáculo Corporal

E como referência à aquisição do conhecimento [phronesis]? O corpo [soma] constitui ou não constitui obstáculo, quando chamado para participar da pesquisa? O que digo é o seguinte: a vista [opsis] e o ouvido [akon] asseguram aos homens alguma verdade? Ou será certo o que os poetas [poietai] não se cansam de afirmar, que nada vemos nem ouvimos com exatidão? Ora, se esses dois sentidos corpóreos não são nem exatos nem de confiança, que diremos dos demais, em tudo inferiores aos primeiros? Não pensas desse modo?

Perfeitamente, respondeu.