Giordano Bruno

Bruno, Giordano (1548-1600) Nascido em Nola, perto de Nápoles, o italiano Giordano Bruno ingressou cedo na Ordem dos Dominicanos. Abandonou o hábito, em 1576, e levou uma vida errante. sendo perseguido em toda parte por suas opiniões. Converteu-se numa espécie de profeta do "infinito cósmico. Preso em Veneza, foi extraditado para Roma, onde a Inquisição o manteve preso sete anos, antes de queimá-lo vivo sem obter sua retratação. Antes de morrer, pronunciou estas palavras: "Vocês têm mais medo ao fazer seu julgamento do que eu ao tomar consciência dele". Seu pensamento nada tem de sistemático. Seus livros principais são: Da causa, do princípio e do Uno e Do universo finito (1585). Neles, defende uma espécie de panteísmo imanentista, tentando conciliar a in-finitude do universo com a perfeição de Deus. Fala de um Deus universal agindo como "natura naturans" , isto é, como natureza criadora que forma o mundo, como força natural por excelência, força interior imanente ao mundo. A matéria é inseparável de sua "alma". Deus não é o criador, mas "a mônada das mônadas" (concepção retomada por Leibniz). Considerado o último visionário do Renascimento, Giordano Bruno defendeu um "entusiasmo heroico" (eroico furore), permitindo ao sábio deste mundo fundar-se no universo sem se preocupar com as futilidades individuais e com as imperfeições da existência. Alexandre Koyré faz dele a ponte entre "o mundo fechado e o universo infinito". Depois de Sócrates. Bruno foi o mais evidente dos mártires da verdade científica. Neste domínio. defendeu que "a autoridade não está fora de nós, mas em nós". Ver mônada. [H. Japiassu]