Timeu

Personagem e diálogo de Platão no qual se desenvolve uma cosmologia, ou seja, uma representação coerente e rigorosa do universo físico, fundada em um conjunto limitado de pressupostos axiomáticos, cujas propriedades do cosmo aparecem como consequências logicamente deduzidas.

Platão: Mitos da Alma

1. A origem da alma. — As almas, já o vimos, nasceram de uma separação da Alma do Todo que o demiurgo pôs no mundo (Timeu, 41 d). A alma é algo de quase divino, que existia antes mesmo do momento em que nos tornamos homens (Fédon, 95 c), por isso podemos dizer que o homem é uma «planta celeste» (Timeu, 90 a).

Platão: Mitos do Cosmo

(Excertos de Jean Brun, "Platão")

1. A construção do mundo. — É a este tema que é dedicado o Timeu, que Brunschvigc chama um «romance físico». Neste diálogo surgem muitos temas pitagóricos, a ponto de, desde a Antiguidade, correr uma lenda, relatada por Diógenes Laércio, segundo a qual Platão teria aproveitado uma viagem ao Egito para comprar a preço de ouro escritos secretos de Pitágoras e do seu discípulo Filolau, que teria depois plagiado no Timeu.

1.3 Cronologia absoluta do Timeu

1.3 Cronologia absoluta

O lugar do Timeu no corpus platônico tem sido uma questão muitíssimo discutida, flutuando as opiniões, de um modo geral, em duas orientações principais: segundo a primeira (a mais antiga), o diálogo pertence à última fase de Platão, de que fazem parte também o Sofista, o Político, o Filebo e as Leis; de acordo com a segunda, o diálogo deverá, por outro lado, ser incluído na fase média juntamente com Crátilo, Fédon, Banquete, República, Fedro, Parmênides e Teeteto.

1.2 Datação do Timeu

1.2 Datação

Ao abordarmos a data de uma obra dramática, como são as de Platão, deveremos, antes de mais, ter em conta que este aspeto deve ser entendido sob dois pontos de vista: o da data dramática, isto é, a altura ou época a que se reporta a ação narrada; e, por outro lado, o da data real de composição, o mesmo que dizer quando foi realmente escrita a obra.

Jowett: EUT 11e-14a — Tereceira tentativa de definição da piedade

Soc. And is, then, all which is just pious ? or, is that which is pious all just, but that which is just, only in part and not all, pious ?

Euth. I do not understand you, Socrates.

Soc. And yet I know that you are as much wiser than I am, as you are younger. But, as I was saying, revered friend, the abundance of your wisdom makes you lazy. Please to exert yourself, for there is no real difficulty in understanding me. What I mean I may explain by an illustration of what I do not mean. The poet (Stasinus) sings —

Of Zeus, the author and creator of all these things,

Jowett: EUT 9e-11b — Exame crítico

Soc. Ought we to enquire into the truth of this, Euthyphro, or simply to accept the mere statement on our own authority and that of others ? What do you say ?

Euth. We should enquire ; and I believe that the statement will stand the test of enquiry.

Soc. We shall know better, my good friend, in a little while. The point which I should first wish to understand is whether the pious or holy is beloved by the gods because it is holy, or holy because it is beloved of the gods.

Euth. I do not understand your meaning, Socrates.