Timeu
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gr. zôê, bíos: vida. Um ser vivo é um corpo animado. É a presença de uma alma em um corpo que define o vivente. Todas as coisas sensíveis dotadas de uma alma e de um corpo são portanto viventes, desde os vegetais até o mundo em seu conjunto. (Luc Brisson). Outros termos: bíos, bioteúo, bioté, bíotos, bióu.
Excerto de CASSIN, Barbara (ed.). Dictionary of Untranslatables. A Philosophical Lexicon. Princeton: Princeton University Press, 2014.
Estrangeiro – Mas, por Zeus! Como poderá ser tal coisa? Teremos de admitir, assim à ligeira, que de fato o movimento, a vida, a alma, o pensamento não participam verdadeiramente do ser absoluto, e que este nem vive nem pensa, mas, venerável, sagrado e privado de inteligência, permanece imóvel?
Teeteto – Fora uma concessão um tanto dura, hóspede.
Estrangeiro – Então, afirmaremos que é dotado de inteligência mas que não tem vida?
Teeteto – Como fora possível?
Estrangeiro – Ou diremos que é dotado desses dois atributos, porém não os possui na alma?
Enquanto a mim, Sócrates, falou Cebete, nada tenho a objetar contra teus argumentos, nem o que alegar para não admiti-los. Porém no caso de Símias ou qualquer outro querer dizer alguma coisa, fará bem em não se conservar calado, pois não sei que melhor oportunidade do que esta poderá encontrar quem se disponha a falar ou a ouvir seja o que for a respeito destas questões.
Pelo contrário; o que se dá é o seguinte: se ela é pura no momento de sua libertação e não arrastar consigo nada corpóreo, por isso mesmo que durante a vida nunca mantivera comércio voluntário com o corpo, porém sempre evitara, recolhida em si mesma e tendo sempre isso como preocupação exclusiva, que outra coisa não é senão filosofar, no rigoroso sentido da expressão, e preparar-se para morrer facilmente... Pois tudo isso não será um exercício para a morte?
Sem dúvida nenhuma.
Estudemo-lo, pois, sob o seguinte aspecto: se as almas dos mortos se encontram ou não se encontram no Hades? Conforme antiga tradição, que ora me ocorre, as almas lá existentes foram daqui mesmo e para cá deverão voltar, renascendo os mortos. A ser assim, e se os vivos nascem dos mortos, não terão de estar lá mesmo nossas almas? Pois não poderiam renascer se não existissem, vindo a ser essa, justamente a prova decisiva, no caso de ser possível deixar manifesto que os vivos de outra parte não procedem senão dos mortos. Se isso não for verdade, teremos de procurar outro argumento.