Taylor: Diálogo Platônico
Extracted from the MS. Commentary of Proclus on Alcibiades; excepting some occasional elucidations by the translator (Thomas Taylor).
gr. psyché ou psykhé (he): respiração de vida, fantasma, princípio vital, alma. Latim: anima. Princípio, de natureza vital ou espiritual; mais habitualmente, das duas ao mesmo tempo; princípio que anima o corpo.
Extracted from the MS. Commentary of Proclus on Alcibiades; excepting some occasional elucidations by the translator (Thomas Taylor).
d) O «Mênon» e a reminiscência: É neste texto (e no Fedro, 249 c) que surge mais nitidamente o ponto para o qual convergem os diferentes mitos de Platão. A teoria da reminiscência que nele se desenvolve implica efetivamente, ao mesmo tempo, uma metempsicose que coroa uma escatologia ético-religiosa e uma teoria do saber que põe por fim o acento no poderio do logos capaz de provocar em nós a reminiscencia de um conhecimento anterior.
c) O «Fédon» e a metempsicose (80 e): Uma tradição órfico-pitagórica inspirou provavelmente este mito. As almas puras vão, depois da sua morte, passar o resto do tempo na companhia dos deuses; mas as almas impuras, pesarosas pelo corpo com o qual partilharam a sua existência ao serem escravas das exigências deste, vagueiam até ao momento em que encontram um corpo no qual se vão encarnar conforme os desejos que as animam.
4. A escatologia. — Já encontramos um mito escatológico no Fédon, associamo-lo aos mitos do cosmo porque estava junto com uma descrição das três terras, acabando numa topologia das moradas subterrâneas onde são julgadas as almas. Encontram-se outros mitos escatológicos na obra de Platão; todos os temas da metempsicose, tão apreciados pelos mistérios e pelos pitagóricos1
2. A queda. — É muito difícil saber qual é a natureza da alma, mas podemos, diz Platão (Fedro, 246 a), dar dela uma imagem. As almas são um carro celeste em que um cocheiro comanda os cavalos. Os cavalos das almas divinas são cavalos robustos e obedientes; o carro alado das almas humanas é feito de dois cavalos, um que é bom e obediente, o outro rebelde; por isso, conduzir um tal carro é uma coisa difícil.
(Excertos de Rachel Gazolla de Andrade, "Platão, o Cosmo, o Homem e a Cidade")
Recolhemos no Fédon, a tentativa de definir a alma como ser imortal (athánaton) e indestrutível (anôlethron) (107a), podendo separar-se do corpo e sendo-lhe superior no conhecimento da verdade dos seres (65b-d); ela é anterior ao corpo, portanto autônoma até que tome forma humana - e entre no discurso imagético da geração - (73a,76e); é uma existência, uma ousía (78d) que se assemelha à forma invisível (79b), tem movimento, participa do uno (81c,84b) e seu pâthos perfeito, se não houvesse a mistura com outras naturezas, é o pensamento (phrónêsis), indício de sua proximidade com o divino (79
Na bagagem cultural que envolve a noção de alma no século IV aC, Platão tem à disposição algumas representações, ou seja, a alma como algo constituído de certa materialidade pouco visível, ou ainda, como entidade imaterial, invisível e autônoma, por vezes considerada superior ao corpo e aprisionada nele por um tempo, esvaindo-se ou permanecendo após a corrupção do soma.
(Excertos de Rachel Gazolla de Andrade, "Platão, o Cosmo, o Homem e a Cidade")
Mas que é a "alma", ou a psyche (para exprimi-la com a palavra grega usada por Sócrates)? Antes de tudo, coloquemos esta questão num sentido meramente filológico. Procedendo assim, damo-nos conta de que Sócrates, tanto em Platão como nos outros socráticos, sempre coloca na palavra "alma" uma ênfase surpreendente, uma paixão insinuante e como que um juramento. Antes dele, nenhum sábio grego pronunciou assim esta palavra.