mythos

É Platão que deu ao grego antigo a significação que reveste hoje em dia para nós o termo "mito". Na língua grega, o sentido de mythos se modificou em função das transformações que afetaram o vocabulário do "dizer" e da "palavra", no curso de uma evolução histórica cuja obra de Platão é o termo; antes de Platão, mythos significa simplesmente "palavra", "aviso que se expressa"; depois, designa este tipo de relato infalsificável que trata dos deuses, demônios, heróis, habitantes do e dos homens do passado (Luc Brisson). hypónoia: sentido subjacente, significado oculto

Platão: Mito da Queda da Alma

2. A queda. — É muito difícil saber qual é a natureza da alma, mas podemos, diz Platão (Fedro, 246 a), dar dela uma imagem. As almas são um carro celeste em que um cocheiro comanda os cavalos. Os cavalos das almas divinas são cavalos robustos e obedientes; o carro alado das almas humanas é feito de dois cavalos, um que é bom e obediente, o outro rebelde; por isso, conduzir um tal carro é uma coisa difícil.

Fédon (trad. em português)

Versão eletrônica do diálogo platônico “Fedão”

Tradução: Carlos Alberto Nunes

Créditos da digitalização: Membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia)

A estrutura do texto, que adotamos abaixo, segue aquela da tradução de Léon Robin, publicada pela Bibliothèque Pléiade.

Platão: Mitos da Alma

1. A origem da alma. — As almas, já o vimos, nasceram de uma separação da Alma do Todo que o demiurgo pôs no mundo (Timeu, 41 d). A alma é algo de quase divino, que existia antes mesmo do momento em que nos tornamos homens (Fédon, 95 c), por isso podemos dizer que o homem é uma «planta celeste» (Timeu, 90 a).

Platão: Mitos do Cosmo

(Excertos de Jean Brun, "Platão")

1. A construção do mundo. — É a este tema que é dedicado o Timeu, que Brunschvigc chama um «romance físico». Neste diálogo surgem muitos temas pitagóricos, a ponto de, desde a Antiguidade, correr uma lenda, relatada por Diógenes Laércio, segundo a qual Platão teria aproveitado uma viagem ao Egito para comprar a preço de ouro escritos secretos de Pitágoras e do seu discípulo Filolau, que teria depois plagiado no Timeu.